terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Real Madrid rompe a barreira dos 400 milhões

 


Sem surpresas, assim podemos definir essa lista dos 20 clubes mais ricos, como se diz usualmente, mas que, na verdade, corresponde aos clubes que mais faturaram na temporada de 2008/2009.
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A surpresa, ou melhor, a novidade maior ficou por conta do Real Madrid de Florentino Peres, que atingiu 401,4 milhões de euros e tornou-se o primeiro clube a ultrapassar essa marca. Segundo a Deloitte, é também o primeiro clube do mundo a atingir essa receita em qualquer esporte. O que impressiona, por um lado, é o fato da receita do clube continuar crescendo ano a ano, apesar dos seguidos fracassos na UEFA Champions League, que não somente é a competição mais importante no aspecto esportivo, como também a que dá mais retorno financeiro, essencial para os quatro grandes clubes ingleses, principalmente.
Claro está que o sucesso do Madrid se dá a partir de seu elenco e das fortes receitas com televisão e marketing.  A TV também é o maior financiador do segundo colocado, o Barcelona, respondendo por impressionantes 43% das entradas totais, percentual que foi de 40% no Madrid, 36% no Manchester United, apenas 24% no Bayern Munich e 34% no Arsenal, para ficar entre os 5 primeiros, apenas.
No caso do Real Madrid, é a constatação prática da filosofia “grandes nomes, grandes receitas”, alavancada ainda mais pelas contratações de Kaká e Cristiano Ronaldo. No número dois, é a prova do acerto da política do “jogo bonito”, além, é claro, da presença de grandes estrelas, Messi à frente. A grande diferença percentual para o Bayern, por exemplo, pode ser explicada pela forte presença dos dois clubes espanhois em mercados fora da Europa.

A Deloitte considera apenas as receitas realmente operacionais – direitos de TV (Broadcasting), rendas de jogos e estádios (Matchday) e marketing, inclusive licenciamento (Commercial) para a confecção desse ranking, prática, de resto, comumente adotada na Europa. Receitas extraordinárias, como vendas de ativos, e as receitas com transferências de jogadores, não são consideradas (essa mesma prática é adotada por este Olhar Crônico Esportivo ao analisar as receitas dos clubes brasileiros).

Os clubes italianos continuam perdendo posições entre os Top 10. O clube melhor ranqueado, o Juventus, de Turim, tem 65% de suas receitas na TV e somente 8% no matchday, situação próxima à de seus rivais Internazionale e Milan. Essa disparidade, mostrando a fraqueza do atual momento italiano com poucos torcedores em estádios velhos e cheios de problemas, ajuda a entender esse declínio.

Os clubes da Premier League já tiveram posições muito mais altas no ranking. Isso, porém, ocorreu principalmente em função do câmbio da época. Para os resultados da temporada 2006/2007, por exemplo, foi usada a cotação de 1 libra para 1,4856 euro, na data-base de 30 de junho de 2007. Em 2009, também em 30 de junho, a cotação foi de 1 libra para 1,1741 euro. Pela cotação de 2007, por exemplo, o Manchester United teria alcançado uma receita de 413,7 milhões de euros, maior, portanto, que a do Real Madrid.

Antes de terminar, vejam novamente a lista dos 20 e suas receitas. Reparem no buraco, verdadeira montanha de euros, entre o 10º colocado e o 11º: nada menos que 50 milhões de euros. Dá para pensar…

Por enquanto é isto. Mais à frente será interessante vermos outros pontos, como a divisão das receitas em todos os dez primeiros, os clubes de 21º a 30º e a importância da Champions League.
E também os efeitos da crise econômica, do Crash de 2008, que já se fizeram sentir nessa temporada analisada, com efeitos crescentes na atual temporada.
Em tempo: esses são os vinte clubes de maior receita da Europa e não do mundo, como diz o título. Mas o título está certo, também, pois na prática é isso mesmo. Por enquanto

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